A ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, advertiu os empresários em uma reportagem da La Sexta sobre a decisão do Governo de reduzir a jornada de trabalho, mesmo sem o consenso da patronal. Em um recente debate no âmbito da festa anual do PCE, Díaz declarou: “Queremos acordos, sim, trabalhamos para o acordo, sim, é possível o acordo, sempre. Agora, se não houver acordo, o Ministério do Trabalho e o Governo da Espanha vão reduzir a jornada de trabalho, como já fizemos com o salário mínimo interprofissional.”
Essa posição firme surge após a negativa da CEOE à proposta do Executivo, testando a capacidade de diálogo entre o Governo e os empresários. Enquanto isso, os sindicatos celebram a inclusão do PP neste debate, embora critiquem a proposta de jornada de trabalho de quatro dias de nove ou nove horas e meia, considerando-a distante das necessidades dos trabalhadores.
O secretário-geral da UGT, Pepe Álvarez, considera positivo que o PP entre no debate, ressaltando que “não vai na linha do que pensamos, mas isso significa que a CEOE tem que estar à mesa”. Por sua vez, Unai Sordo, da CCOO, comentou sobre a constante menção da produtividade por parte dos assessores políticos: “Os assessores dizem a eles que a cada três frases mencionem produtividade. Ninguém sabe bem o que você diz, mas cuidado com a produtividade”.
O debate continua e o setor empresarial se mostra receptivo a ouvir as propostas, embora se reserve o direito de rejeitá-las se não convencem. “Nós os ouviremos sobre essa jornada de trabalho de quatro dias e, se acharmos ruim, diremos que não”, declararam representantes do setor empresarial, mostrando abertura ao diálogo, mas também firmeza em seus princípios.
Nesse contexto, Yolanda Díaz e o Governo se mantêm firmes em seu compromisso de implementar mudanças significativas na jornada de trabalho, buscando melhorar as condições dos trabalhadores espanhóis, independentemente da resistência que possam encontrar.
30/09/2024