Funcionários americanos afirmaram ao jornal The Washington Post que estão prontos para enfrentar ataques diretos às suas tropas no Oriente Médio após a morte do líder do Hezbolá, Hassan Nasrallah. Os Estados Unidos e Israel esperam represálias por parte do Hezbolá, Irã ou seus aliados de diferentes frentes.
A escalada dos ataques de Israel no Líbano nos últimos dias preocupa a comunidade internacional sobre uma possível guerra regional. Altos funcionários da administração Biden alertam que é difícil prever o que pode acontecer nos próximos dias, mas confirmam que há um risco imediato.
Os EUA desaconselham Israel a realizar uma invasão terrestre, ao mesmo tempo em que insistem em seu direito de defesa. Embora a morte de líderes importantes do Hezbollah tenha sido confirmada nos ataques aéreos em Beirute na sexta-feira passada, o grupo insiste que continuará se defendendo.
A solicitação de um cessar-fogo de 21 dias apresentada pela França ao Conselho de Segurança da ONU ainda não avançou, e Israel explica que seus ataques visam evitar uma guerra, mas sim pressionar o Hezbollah a negociar.
Autoridades de inteligência dos EUA afirmam que o Hezbollah está em crise, incapaz de confiar em seus sistemas de comunicação e com dificuldades para substituir seus líderes, explicou Marc Polymeropoulos, ex-oficial da CIA que atuou no Oriente Médio, ao jornal americano.
Vários analistas internacionais afirmam que a morte de Nasrallah deixa um vácuo de poder no Líbano e concordam que essa situação favorece os Estados Unidos, que pretendem fortalecer sua posição dentro do Líbano e enfraquecer o apoio político ao Hezbollah. Vale lembrar que o Líbano está sem presidente há dois anos e o Hezbolá representa o partido político mais popular a nível local.
O Pentágono não anunciou medidas concretas, mas mantém um estado de alerta elevado, com defesas aéreas em várias localidades e navios de guerra na região. Por sua vez, o primeiro-ministro israelense Netanyahu expressou em seu discurso na ONU, esta semana, que “não há nenhum lugar no Irã ao qual o braço longo de Israel não possa alcançar, e isso se aplica a todo o Oriente Médio”, palavras que elevaram a tensão global.
29/09/2024